FLORA EM "SÃO MARCOS" DE GUIMARÃES ROSA

Autores

  • Antônio Gabriel Evangelista de Souza Universidade Estadual de Feira de Santana
  • Flávio França Universidade Estadual de Feira de Santana

DOI:

https://doi.org/10.37334/eras.v8i3.75

Palavras-chave:

Etnopoética, Etnobotânica, Literatura brasileira

Resumo

Guimarães Rosa foi um dos principais escritores brasileiros do século XX. Apesar de ser considerado um escritor regionalista, ele expressa conflitos e questionamentos de ordem universal. No conto "São Marcos" um descrente em feitiçarias acaba por ficar cego pelas mandingas de João Mangalô. O artigo aqui proposto pretende um estudo das espécies vegetais citadas, tentando dessa forma contribuir para a compreensão do universo da literatura produzida por João Guimarães Rosa. O nomes comuns foram identificados com base em dicionários e literatura especializada. O sistema de classificação adotado é o APGIII. Foram registradas 102 citações de plantas, correspondendo a 79 nomes comuns diferentes, sendo que 38 desses foram identificados ao nível de espécie. A proporção de espécies nativas (92%) é maior que a de espécies exóticas à flora brasileira. A família com maior número de citações identificadas ao nível de espécie foi Fabaceae, com 13 espécies (c. 16% ), seguido da família Poaceae com seis espécies (c. 8% das citações). O gênero botânico com maior número de espécie foi Erythrina (Fabaceae), com quatro espécies (c. 5% ). A espécie mais citada no conto foi o Bambu (Bambusa sp.). O conto "São Marcos" revela um grande conhecimento de Guimarães Rosa sobre a composição florística dos sertões. Ele contempla a flora atribuindo características humanas às espécies, dando à narrativa um elevado nível poético, sem contudo ser inverossímil. Ao se utilizar principalmente de espécie nativas Guimarães Rosa é coerente com o discurso nacionalista defendido pelos adeptos do modernismo.

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Publicado

2017-09-30